Arnaldo Janssen nasceu em 05 de Novembro de 1837 em Goch, na Baixa Ranânia. Foram seus pais Gerardo Janssen e Ana Catarina Wellesen. O Senhor abençoou o casal com dez filhos, três dos quais faleceram poucos dias após o nascimento. A família de Geraldo Janssen levava uma vida cristã exemplar. Ambos os pais foram bons exemplos para os seus filhos de uma vida dedicada ao trabalho e piedade.
Embora já tivesse a intenção de ser padre, com 18 anos de idade, era ainda muito novo para entrar no seminário. Por isso, seguindo a sua inclinação natural, optou por estudar matemática e ciências naturais, primeiro em Münster (1855-1857) e depois na Bona (1857-1859). Após a conclusão desses estudos, ficou habilitado a ensinar todas as disciplinas do curso secundário. No Verão de 1859, iniciou em Bona o estudo da teologia.
Com 24 quatro anos de idade, Arnaldo Janssen foi ordenado sacerdote no dia 15 de Agosto de 1861. Ele dedicou os primeiros 12 anos da vida sacerdotal como professor de matemática, ciências naturais e catequese na Escola Secundária de Bocholt.
Aos poucos foi crescendo nele a preocupação pela missão universal da Igreja e decidiu dedicar a sua vida a despertar na igreja alemã a consciência da sua responsabilidade missionária. Com este objectivo, em 1873 renunciou ao seu cargo de docente e um ano depois fundou a revista Kleiner Herz-Jesu-Bote (o pequeno mensageiro do Coração de Jesus). Neste revista mensal de nível popular oferecia notícias missionárias e animava os católicos de língua alemã a fazer mais para ajudar as missões.
Em Maio de 1874, Arnaldo Janssen entrevistou-se com Monsenhor Raimondi, co-fundador do Seminário das Missões de Milão e P. Luís von Essen, pároco de Neuwark, Mönchengladbach. Monsenhor Raimondi incentivou Arnaldo Janssen ser o fundador de seminário alemão das missões.
Com a ajuda de vários bispos, Arnaldo começou a juntar fundos enquanto procurava um lugar apropriado para a casa missionária. A situação política anti-católico de Bismark “Kulturkampf” na Alemanha forçou-o a comprar uma casa em Steyl, Holanda, logo do outro lado da fronteira. Arnaldo encontrou uma velha pousada na beira de Rio Mosa da família Ronck. No dia 08 de Setembro Arnaldo Janssen inagurou a casa missionária e fundou a Congregação dos Missionários do Verbo.
O padre Arnaldo Janssen, perante a manifesta vontade de Deus não opõe resistência. Deus quer, mãos à obra! Parece ser o móbil da sua maravilhosa vida. É assim que, no dia 8 de Dezembro de 1889, consciente da importância da mulher no campo da caridade cristã, do ensino e da pastoral, lança os fundamentos de outra Congregação Missionária, agora feminina.
Os dois primeiros pilares desta segunda fundação de Arnaldo Janssen e Co-Fundadoras da Congregação Missionária Servas do Espírito Santo foram as Madres Maria Elena Stollenwerk e Josefa Hendrina Stenmanns.
Uma fundação de religiosas adoradoras contemplativas, já prevista aquando da fundação das Irmãs Missionárias, teve lugar em 1896. O seu desenvolvimento permitiu-lhes continuar como instituto religioso autónomo, com o nome da Congregação das Servas do Espírito Santo da Adoração Perpétua.
Arnaldo Janssen morreu no dia 15 de Janeiro de 1909. A sua vida foi uma permanente busca da vontade de Deus, de confiança na Providência divina e de duro trabalho. Que a sua obra contou com a bênção do Senhor atestam-no o seu desenvolvimento posterior: mais de 6, 000 missionários do Verbo Divino trabalham hoje em 84 países.
Arnaldo Janssen (1837-1909) nasceu em Goch, pequena cidade do norte da Alemanha. Era um ponto de passagem de variadas gentes por estar situada junto da fronteira com a Holanda. A poucos quilómetros ficava Kevelar, antigo e renomado santuário mariano, ainda hoje centro de grandes peregrinações. No seio da sua família piedosa e laboriosa, recebeu Arnaldo uma sólida educação cristã, bastante aberta ao pulsar da Igreja universal. Esta visão eclesial simultaneamente realista e larga iria ser, aliás, marca saliente de toda a vida e acção de Arnaldo Janssen.
Era chamada na família a mãe orante. Ele próprio foi desde muito novo um homem de oração. A oração brotava naturalmente da sua alma crente, da sua profunda união com Deus e da íntima convicção de que, sem Ele, nada podemos fazer. Trabalhava e rezava pelas suas congregações religiosas missionárias e pelas grandes causas da Igreja e do mundo.
A espiritualidade de Arnaldo Janssen estava ancorada na SS.ma Trindade, fonte e plenitude de toda a verdadeira vida. Via-se a si e aos seus filhos e filhas espirituais como companheiros e continuadores – sócios - de vida e missão do Verbo Divino Incarnado, sob o impulso e a orientação do Espírito Santo. A regra de vida dos Missionários do Verbo Divino resume assim esta atitude e convicção: “A Sua vida é a nossa vida, a Sua missão, a nossa missão”.
Exercitou-se durante toda a vida na leitura da Palavra de Deus, na escuta do Espírito Santo e no discernimento da vontade de Deus, que desejava ardentemente conhecer e pôr em prática. Estudava a fundo os assuntos, recolhia o máximo de informação possível sobre o melhor lugar e a melhor altura para abrir uma nova missão, mas, ao mesmo tempo, rezava e implorava as luzes do Alto. Quando, finalmente, se convencia de que um determinado empreendimento era da vontade de Deus, decidia e agia sem olhar a obstáculos por maiores que fossem.
Duas grandes causas animaram de modo especial a sua vida: a unidade dos cristãos e a propagação da fé em terras “pagãs”, como então se dizia.. Conhecia por experiência própria o drama e o escândalo da divisão entre católicos e protestantes. Por isso, calou fundo nele o apelo de Cristo à unidade: “De modo que sejam um como Nós somos um” (Jo 17,22 Mas a sua mente e o seu coração de sacerdote ambicionavam desafios ainda mais vastos. Cada vez lhe ressoava mais nítida na alma a voz de Cristo: “Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil. Também estas Eu preciso de as trazer e hão-de ouvir a minha voz; e haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo, 10, 16).
Aqueles tempos não pareciam favoráveis à abertura de um seminário das missões. A Igreja alemã passava por graves dificuldades devido às leis religiosas e outras atitudes hostis do governo da Prússia.. Precisamente nessa difícil situação, intuiu Arnaldo Janssen uma grande oportunidade de começar algo de novo. Era preciso, porém, que os católicos alemães entendessem como dirigido a si próprios o mandato do Mestre: “Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura” (Mc 16, 15). Por isso, em artigos, intervenções públicas e contactos com os bispos, Arnaldo não se cansava de apontar para a necessidade de abrir, no vasto espaço de língua e cultura alemã, um seminário que preparasse sacerdotes e leigos para a missão ad gentes. Perante as hesitações alheias, e dadas as restrições em vigor na Alemanha, avançou ele próprio para a fundação de um seminário das missões (Missionários do Verbo Divino) em Steyl, na Holanda, em 8/09/1875.
Na opinião dos que conheceram Arnando Janssen mais de perto, com o passar dos anos, oração, trabalho e vida atingiram nele um alto grau de unidade. A sua personalidade, antes algo distante e fria, como que se adoçou e assumiu traços quase maternais no convívio com as pessoas. Nele, a espiritualidade fundira-se finalmente com a vida.
As grandes linhas da espiritualidade de Arnaldo Janssen não perderam validade nem actualidade. A vida cristã deve ser recebida como dom maravilhoso que jorra continuamente do manancial do amor trinitário e ser vivida como expressão e extensão no tempo da própria vida e missão de Jesus Cristo. Só a paternidade de Deus e a fraternidade de Jesus Cristo, mesmo que imperfeitamente vividas, nos podem levar à tão almejada igualdade de homens e mulheres independentemente da raça, cor, sexo, língua ou cultura. Qualquer outra base sobre a qual se procure construir a igualdade na dignidade será sempre pequena demais para que nela possa caber toda a imensa riqueza e bênção das legítimas diferenças entre as pessoas.
As grandes causas ou frentes da missão da vida de Arnaldo Janssen assumem hoje mil formas diferentes. As suas linhas de fronteira cruzam-se com as da nossa vida de todos os dias: na família, no emprego, no café, na igreja, na escola e onde quer que procuremos estar como homens e mulheres de olhos abertos e coração sensível.
A missão hoje é longe e é perto e passa literalmente à nossa porta...